Ensino público que nada deixa a desejar à iniciativa privada
Por Lincoln Pinheiro CostaA mídia tem especial predileção por noticiar escândalos e tragédias. Sempre foi assim.
De modo que aqueles que só se informam pelos meios tradicionais – rádio, televisão e jornais – são levados a crer que vivemos no pior dos mundos, que não existe serviço público de qualidade e que não há solução para os nossos males.
Pretendo demonstrar que há, no serviço público, ensino público que nada deixa a desejar à iniciativa privada.
Neste mês de maio visitei, juntamente com alguns colegas e a convite do Comando da Aeronáutica, algumas escolas de formação da Força Aérea Brasileira.
Começamos pelo CIAAR – Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica em Belo Horizonte (MG), escola destinada a adaptar ao ambiente militar profissionais egressos de cursos superiores civis, tais como médicos, dentistas, engenheiros e outros. Os alunos recebem treinamento em curso com duração aproximada de 13 semanas e se formam como Oficiais da Força Aérea Brasileira.
Depois fomos a Barbacena (MG) onde conhecemos a EPCAR – Escola Preparatória de Cadetes do AR, escola de nível médio vocacionada a preparar cadetes para o curso de aviadores da AFA – Academia da Força Aérea em Pirassununga (SP). A escola de Barbacena ficou em terceiro lugar entre as escolas públicas no ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio em 2008.
Em seguida voamos para Guaratinguetá (SP) e conhecemos a Escola de Especialistas da Aeronáutica – EEAR, escola que forma 27 especialidades no nível de sargento, entre as quais controladores do tráfego aéreo, mecânicos de avião e especialistas em comunicação. Surpreendeu-me saber que os especialistas em comunicação da Aeronáutica podem instalar em qualquer ponto do território, por mais remoto que seja, base de comunicação para atender a qualquer tipo de necessidade, inclusive acesso à Internete e comunicação de voz sobre IP.
Por fim tivemos a oportunidade de conhecer a Academia de Força Aérea em Pirassunga (SP), escola de nível superior que forma pilotos para a FAB, Intendentes e Infantaria.
Verificamos a qualidade dos alunos e dos professores – todos admitidos unicamente mediante rigorosos concursos públicos -, a tecnologia de última geração, bem como a formação científica e militar que é dada aos alunos, dispondo, todas as escolas visitadas, de modernos laboratórios e equipamentos de informática nas salas de aula.
As escolas de Guaratinguetá e de Pirassunga recebem, ainda, alunos enviados pelas Forças Armadas de nações amigas, o que comprova a vocação de nosso país como promotor da paz e da cooperação internacionais.
Quando todas as escolas públicas do Brasil alcançarem o padrão das escolas da Aeronáutica, entraremos definitivamente no rol dos países desenvolvidos.
Se a imprensa abrir a sua pauta para divulgar o que está sendo feito de bom, o público exigirá de nossas autoridades tratamento semelhante em todas as áreas do serviço público.