(Por Lincoln Pinheiro Costa)
O Brasil iniciou o mês de novembro atônito com a manifestação explícita de racismo na Internet.
Mayara Petruso, paulistana e estudante de direito na FMU escreveu em seu twitter: “Nordestisto não é gente, faça um favor a Sp, mate um nordestino afogado”. E mais: “ Pra que ser bonzinho? Vamos ser terroristas e sem grau de escolaridade, são os requisitos necessários para ser presidente dessa merda de Brasil”. E continuou: “ Brasileiros, agora fodam-se! Isso que dá, dar direito de voto pra nordestino.” E escreveu mais esta pérola: “AFUNDA BRASIL. Deem direito de voto pros nordestinos e afundem o país de quem trabalhava pra sustentar os vagabundos que fazem filho pra ganhar o bolsa 171.”
Este preconceito, típico de quem lê a Veja e acredita nas mentiras da revista que afirmou ser possível cruzar boi com tomate e gerar um boimate, aflorou na campanha presidencial deste ano, a mais suja desde a redemocratização.
O que incomoda essa elite preconceituosa é a ascensão social do negro.
Milhares de brasileiros saíram da pobreza, permitindo que espaços até então privativos de brancos como universidades, restaurantes e poltronas de aviões passassem a ser ocupados também por negros.
Mas os brancos racistas terão que se acostumar. Milhões de brasileiros ainda passarão da Classe D para a Classe C e será cada vez mais comum vermos negros ocupando espaço antes só acessível aos brancos.
Afinal, erradicar a miséria, combater as desigualdades sociais e regionais, bem como toda forma de discriminação, é imperativo constitucional.
O investimento em educação é o melhor caminho para se combater a miséria e também a discriminação.
Castro Alves, nordestino, estudante de direito na Faculdade do Largo de São Francisco já sabia disso no Século XIX:
“ Por isso na impaciência
Desta sede de saber,
Como as aves do deserto –
As almas buscam beber…
Oh! Bendito o que semeia
Livros… Livros à mão cheia…
E manda o povo pensar!
O livro caindo n’alma
É germe – que faz a palma,
É chuva – que faz o mar.”
Preconceito Racial
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